domingo, 8 de maio de 2011

Reflexões sobre Avaliação

       A avaliação escolar é uma espécie de termômetro que permite verificar e confirmar o estado em que se encontram os elementos envolvidos no contexto educacional.
     De forma geral, a avaliação causa desconforto tanto por parte dos alunos quanto dos professores. Os alunos se sentem vítimas desse processo discriminador e seletivo, já os professores enfrentam um dilema: ou aceitam o caráter conservador que transforma a ação avaliativa num instrumento de repressão e coerção, ou encaram o desafio de transformá-la num mecanismo de libertação que visa o autoconhecimento e o mútuo entendimento.
    A avaliação escolar enquanto um todo e a avaliação do ensino-aprendizagem em específico estão delimitadas pela teoria e pela prática que as justificam. Contudo, essa constatação reforça o entendimento de que "a avaliação não se dá, nem se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico do mundo e da educação, traduzido em prática pedagógica". (LUCKESI)
    A avaliação do ensino-aprendizagem deverá estar voltada para a transformação, deverá funcionar como um instrumento de libertação do educando, visando a superação do caráter seletivo e discriminador que permeia a prática avaliativa de grande número de professores. Entretanto, a função classificatória da avaliação que objetiva a promoção e/ou reprovação do aluno ainda tem um peso relevante no cotidiano das escolas e, portanto, torna-se necessário redirecionar os princípios que orientam esta prática.
   O professor deve utilizar as atividades de avaliação para realizar um diagnóstico constante sobre as dificuldades e progressos do educando, tendo em vista o acompanhamento efetivo de seu processo de construção do conhecimento, de forma a garantir-lhe uma sólida formação teórico-científica, condição necessária à sua participação crítica e criativa no mundo da cultura, do trabalho e da cidadania.
    Nesse processo, o professor assume o papel de mediador, no sentido de possibilitar que haja condições e meios para que se estabeleça a relação cognitiva entre o aluno (sujeito da aprendizagem) e o objeto do conhecimento (matérias de ensino).
    O ato de aprender é aqui um ato de conhecimento que se dá através de representações mentais dos fenômenos da natureza e da sociedade.
    É um processo ativo que requer uma interação constante entre o sujeito que quer conhecer e as matérias de ensino. Dessa forma, as matérias de ensino se tornam objeto de conhecimento pela relação concreta que o aluno estabelece com elas. Libâneo, ao explicar como se dá esse processo, afirma: "Há uma atividade do sujeito em relação aos objetos de conhecimento para assimilá-los, ao mesmo tempo, as propriedades do objeto atuam no sujeito, modificando e enriquecendo suas estruturas mentais. Por esse processo, formam-se conhecimento e modos de atuação pelos quais ampliamos a compreensão da realidade para transformá-la, tendo em vista, necessidades e interesses humanos e sociais." (LIBÂNEO)
    Uma prática de avaliação baseada nesta concepção de ensino e de aprendizagem, exige do professor a capacidade de organização do ensino, no sentido de converter os conteúdos em desafios para o aluno, de forma a conscientizá-lo para a superação de suas dificuldades e a avaliação, nesta perspectiva, assumindo o papel de identificação dessas dificuldades será um recursos valioso neste processo de superação.
    Para que haja um firme posicionamento dos objetivos do professor diante a condução desse processo, ele deverá determinar POR QUÊ, O QUÊ, QUEM, QUANDO e COMO avaliar.
   Queiramos ou não, a avaliação é uma potente arma que pode destruir ou construir. Avaliação e aprendizagem são indissociáveis e pressupostos básicos para o sentido da vida.

Artigo sobre Avaliação:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem. Disponível em: http://www.tantaspalavras.com.br/media/pagina/2008/filename42.pdf  Acesso em: 08/05/2011.

Um comentário: